Xadrez Educacional

Xadrez Educacional
Xadrez reciclável elaborado pelos alunos dos 5ºanos.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Com o xadrez se faz poesia



"O que a linguagem poética faz é essencialmente jogar com as palavras. Ordena-as de maneira harmoniosa, e injeta mistério em cada uma delas, de modo tal que cada imagem passa a encerrar a solução de um enigma".
A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra poema, o poeta o artífice. Assim também é o xadrez, pois cada lance refletido racionalmente, transmite o que há de mais belo no jogo de tabuleiro, a jogada brilhante, o mate de sacrifício, por exemplo, faz do xadrez  uma poesia midiatica da vida
Neste caso o poeta é o jogador e a obra a grande e bela jogada de mate.
É  com alegria  que postarei nesse blog as poesias dos alunos dos 5 anos A e B.
Esse trabalho nasceu a partir do vídeo da história do xadrez e da sua importância para a educação.
Os alunos o assistiram e essa foi a fonte das inspirações de seus poemas.


Há vários poetas cultivando em suas poesias, o jogo da memória,  do raciocínio lógico, da interação entre as gerações, jogo de inclusão e interdisciplinaridade.
A POESIA DO XADREZ



O PEÃO



Coloco o peão para frente

Como um herói de guerra

Mesmo que seja apenas

Um humilde escudeiro

De um magno cavaleiro



Ele avança de passo em passo

Mas sempre golpeia nos flancos

Mesmo com sua espada de madeira

Um anão valente e arrebatado

Pode sair vitorioso

Contra um gigante amedrontado



O BISPO



O bispo desliza suave e serenamente

E atravessa o grande tabuleiro

Numa diagonal em cruzeiro

Para abarcar o universo de madeiro

Em forma de um “X” inteiro



Os dois bispos

Por sua importância

Jamais se encontram

Nem se reúnem

Na mesma instância



Embora tenham o mesmo valor

São de raças diferentes

Um é da casa banca

E o outro – da casa de cor



O CAVALO



O cavalo relincha e rebate

E salta por todo o tablado

Invadindo todas as casas

Sem distinção de cor

Nem posição coordenada



Ele se porta como animal rebelado

Fazendo sempre a figura

De um “L” de todos os lados

Pulando como potro bravio

Um barco desgovernado

Ou um animal rebelde – e viril



Deixando-se levar pela mão

Não do seu instinto faceiro

Mas da nobre razão

E a mão habilidosa

De seu jogador-cavaleiro



A TORRE



A torre declina e se arrasta

Para frente ou para atrás

Ou para todos os lados

Mas sempre em forma de cruz

De braços ortogonais

Que se alternam

E nunca se abraçam

Formando sempre um ângulo reto



São como duas Torres-Vigias

Dispostas em lados opostos

Olhando de cada ângulo

Até o ataque total

(E de surpresa)

Quando solicitadas

Para proteger a retaguarda

De uma grande fortaleza



As torres podem também saltar

Sobre mais de uma casa

Para assumir o seu posto

E proteger o seu rei

(com um simples toque)

Ao trocar de lugar

Seja o grande

Ou o pequeno “roque”.



A RAINHA



A Rainha do jogo

É como a Grande Mãe que temos

Que governa soberana

Atrás de uma montanha de peças

E defende a todos que ama

Como uma mãe dedicada

Que resguarda seus filhos

De todas as ameaças



Saltando por todas as casas

Voando por todos os ângulos

Para proteger o tablado

E o Reino do seu Bem Amado.



O REI E O XEQUE-MATE FINAL



Ao final do jogo – o embate final

Sua Majestade – O Rei

Ao lado de sua esposa real

Encoberto por seus guardas sem voz

Como peças de um jogo de noz



Ainda que seus passos sejam miúdos

Ele é o mais valioso dos mudos

Ele é a peça central – e total

De todo o desenrolar do jogo

- E o objetivo final



É como o Sol que nos habita

Ou como o “rei na barriga”

Que nos convida sempre

Para seu xeque-mate final:

Para cortar-lhe a cabeça

E usurpar-lhe seu Trono Real



E finalmente:

Seja o cavalo,

A torre ou o bispo

A poderosa rainha

Ou o humilde peão

Do exército oponente

Todos podem derrubar

O forte Rei-Leão

Que, encurralado,

Por todos os lados

Levanta a espada

Como quem protege

O castelo que governa

Ou o coração da amada



Jamais se rende

Tenta por todos os meios

Usa todo raciocínio

Faz todas as tentativas

Até que, sem sorte,

Ou qualquer outra saída

A peça tomba – caída

Finalizando o porte

E a estratégia em vida

De uma grande partida



Um simples jogo de xadrez

É como o viver que temos

(E tão pouco vivemos)

Com suas grandes vitórias

Seguidas de simples derrotas

(E raramente um empate)

Antes do próximo embate...
                                                                                                   Pedro Ernesto Gonçalves Damasceno