Xadrez Educacional

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Xadrez reciclável elaborado pelos alunos dos 5ºanos.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Entrevista com GM Vescovi

XADREZ


Campeão Brasileiro de Xadrez GM Giovanni Vescovi vence aberto do Brasil e concede entrevista exclusiva para o Blog Xadrez das Gerais



MF Arthur Chiari x GM Vescovi



O GM Giovanni Vescovi, atual Campeão Brasileiro de Xadrez ganha mais um de vários abertos do Brasil realizado em Belo Horizonte e concede entrevista exclusiva. O torneio foi rodeado de grandes jogadores, além de Giovanni, como MI Everaldo Matsuura, MF Luis Ernesto Rodi, MI Dragan Stamenkovic, Frederico Gazel, atual Campeão Mineiro e muitos outros jogadores mais novos que estão decolando para um grande futuro no mundo enxadrístico, como é o caso de Arthur Chiari da Casa do Xadrez (foto acima) de 12 anos Mestre Fide – Título alcançado aos 10 anos de idade. Arthur escutou atentamente as dicas de Giovanni após perder uma partida para o Grande Mestre.



Entrevista concedida:



Xadrez das Gerais - Para você Giovanni qual é a importância de um torneio de xadrez aberto brasileiro, exclusivamente, em Belo Horizonte?



Giovanni Vescovi - Acho que Belo Horizonte é uma cidade de peso no cenário nacional, portanto para mim faz muito sentido a capital mineira sediar uma das etapas do circuito Aberto do Brasil de Xadrez.



Xadrez das Gerais - Qual foi a sua maior conquista no mundo enxadrístico e como foi?



Giovanni Vescovi - Em termos técnicos, acho que a conquista do torneio de Grandes Mestres de Bermudas nos anos de 2002, 2003 e 2004 foram os melhores resultados. Principalmente os de 2003 e 2004 eu joguei muito bem. Mas em termos competitivos, tenho entre minhas principais conquistas o título de campeão mundial juvenil por equipes, o bi-campeonato Panamericano juvenil, outros títulos panamericanos de categorias de base, e é claro os seis títulos nacionais absoluto.



Xadrez das Gerais - Qual a melhor e mais importante partida que já jogou em sua vida?



Giovanni Vescovi - Minhas partidas memoráveis incluem: Vescovi x Gelfand, Bermuda 2004 – essa foi a partida que decidiu o título e durou 7 horas e 93 lances; Vescovi x Karpov, São Paulo 2006 – derrotei o ex-campeão mundial com um ataque violento e a partida durou por volta de 30 lances; Vescovi x Mequinho, 6ª partida do match, São Paulo 2000 – dominei totalmente meu adversário e com a vitória também ganhei o match, deixando claro que embora Mequinho tenha tido resultados excelentes e ainda seja um forte adversário, agora o xadrez nacional passaria a ser dominado por uma nova geração.



Xadrez das Gerais - Você acredita que para o Brasil ter maior quantidade de Grandes Mestres Nacional e Internacional seria preciso implantar o xadrez de vez nas escolas, ou seja, no meio de um grande número de crianças sempre há aquelas que sobressaem sobre as outras e têm um interesse maior em levar este esporte intelectual para a sua vida extra-profissional?



Giovanni Vescovi – Acredito que o xadrez nas escolas seja muito benéfico para as crianças, e sem dúvidas é um excelente caminho para se descobrir novos talentos. Mas para termos melhores jogadores, o trabalho deve incluir um treinamento adequado para os mais interessados e talentosos, o que não existe muito bem hoje em dia. Pior, corre-se o risco de desmotivar jovens talentos pelo simples fato de não se oferecer um treinamento adequado fora daquela aula em grupo na classe de aula e com colegas que não aprendem, não acompanham ou não se interessam. Isso é uma realidade que atinge todas as matérias, mas no caso do xadrez é facilmente identificável.



Xadrez das Gerais - Qual é a importância em sua opinião do xadrez informatizado para o aprendizado atual no mundo?



Giovanni Vescovi – Não sei explicar ao certo, embora seja evidente que muitas coisas estejam mudando. Talvez daqui alguns anos se possa avaliar melhor esse impacto.



Xadrez das Gerais - Giovanni qual é a dificuldade de um jogador de xadrez hoje em dia em se manter entre o top 100 do mundo?



Giovanni Vescovi – Não é fácil se manter entre os 100 melhores do mundo. Eu me mantive nesse grupo de 2002 a 2010, e pretendo voltar em breve. Com o tempo a concorrência aumenta, e novos jogadores talentosos aparecem. Além disso, a pessoa precisa treinar e jogar bons torneios constantemente. Por fim, deve-se ter um retorno financeiro e profissional que justifique tamanha dedicação, e ter um clube ou patrocinadores apoiando fazem o jogador se dedicar cada vez mais.



Xadrez das Gerais - você tem interesse em escrever um livro de xadrez? Como será este livro e quando pretende lançá-lo?



Giovanni Vescovi – Sim, pretendo escrever alguns livros, mas esse é um projeto que ainda está um pouco distante.



Escrito por Alessandro Silvério. Registro de jornalista: 12181/MG



Postado por Luciane Sepúlveda



16/06/2010 - 11h25

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